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domingo, fevereiro 22, 2004
Tenho para mim que Portugal e Itália são os países onde os arquitectos são pior tratados. Não só institucionalmente, com a diminuta quantidade de concursos, não pagamentos, etc., mas também “fraternalmente”, pela maneira com os arquitectos se tratam uns aos outros.
No entanto é precisamente nestes países em que os arquitectos colocam orgulhosamente o título à frente do nome. Dá-nos uma dignidade e prestígio que engana o resto da sociedade, como uma espécie de aristocracia decadente que teima em utilizar o D. entre o Sr. e o nome.
A sociedade dá-nos a satisfação de ser uma das profissões preferidas das juventudes. “Uma profissão criativa e técnica, visionária e pragmática, e além disso leva o título à frente do nome – para não haver enganos”. Que mais se poderia querer?
É como se não restasse outro paliativo para as penas da profissão.
Noutros países os arquitectos são só senhores.

É um pouco como o café, mas ao contrário. Só nos sítios onde o café é mau, é que se tem de se pedir um expresso.
Em Portugal e em Itália pede-se só café.

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