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domingo, agosto 08, 2004

Série: O Ensino da Arquitectura - estórias breves
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Mesmo em Portugal, os cursos são tudo menos uniformes. Entre Lisboa (FAUTL) e Porto (FAUP) havia (e talvez ainda haja) diferenças substanciais.

A FAUTL poder-se-á dizer que se adaptou melhor ao sistema universitário. A FAUTL propunha um currículo de cadeiras que podem ser avaliadas independentemente umas das outras e através de exames teóricos ou práticos em diferentes épocas. Um luxo inexistente na FAUP, com a sua estrutura linear extremamente rígida de trabalhos práticos com oportunidades únicas de avaliação. (Poucas eram as cadeiras que podiam ser avaliadas por exame, raras as que se podiam fazer em Julho e virtualmente nenhumas as que permitiam Setembro.) A interdependência das cadeiras (com várias precedências) é rígida e o seu currículo muitas vezes vago e... original.

O sistema curricular reflecte-se nas pedagogias. A FAUTL sempre pareceu mais aberta e flexível a várias linguagens, enquanto a FAUP parecia perdida na veneração do Mestre (tanto o superior ausente como no inferior presente na sala de aula).

Paradoxalmente, a fama da "escola do Porto", colhida externamente pelo sucesso internacional do Siza e do Souto Moura (ambos ausentes da escola... digo, faculdade), levou a que professores desta instituição adquirissem fama de pedagogos e fossem convidados a desenvolver os currículos de Coimbra e do Minho!

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Nota: os dados nestes textos foram recolhidos ao longo dos anos e através de vários contactos. Podem não ser totalmente exactos ou estar ultrapassados.

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