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segunda-feira, fevereiro 23, 2004
Na semana passada vi na BBC uma discussão sobre a proibição dos símbolos religiosos nas escolas francesas. Um participante defendia a sua implementação no Reino Unido. Acerca do argumento do estado secular contra o estado religioso já escrevi.

Outro argumento era que as meninas eram obrigadas a usar o lenço contra a sua vontade.
Parece-me também um argumento falso. Faz parte de ser criança não querer tomar banho nem acabar o jantar. Faz parte de ser mãe e pai forçar estas coisas nas crianças. Em termos da religião é também um direito dos pais comummente aceite forçar os filhos a ir à catequese e até baptizá-los.

[Pessoalmente fui baptizado contra a minha vontade e sob protesto chorão. Desde então nunca mais tive relações com religião, aparte da participação como espectador em cerimónias religiosas de celebração do amor entre duas pessoas. Acho mal que o meu nome ainda esteja na lista de sócios da igreja católica, e ando há vários anos para apresentar a minha demissão ao papa.]

Voltando à escola, o banir os símbolos não ajuda ninguém, nem mesmo as tais meninas que se pretende ajudar. Se os pais dessas meninas são mesmo fundamentalistas, mais depressa as tiram da escola do que as deixam andar sem lenço.

Andamos a pregar a tolerância pelo mundo fora, criticando regimes tanto democráticos como não. A tolerância religiosa não corresponde necessariamente à inevitabilidade de um estado secular, e definitivamente não a um estado secular fundamentalista.

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