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quarta-feira, abril 07, 2004
Parece que andei enganado estes anos todos. Consultando o site das eleições legislativas de 2002, reparei que a soma das percentagens dos partidos mais os brancos e nulos dá 100. Por isso os votos brancos contam. De facto, a percentagem dos votos brancos foi maior do que a votação do primeiro partido sem representação parlamentar. Os votos brancos foram 1,01% e o PCTP/MRPP só teve 0,66% (o que ainda assim são 35930 votos). Mas mesmo assim ninguém lhes liga nenhuma.
Os abstencionistas, no entanto, não contam para o resultado final. Se contassem poderiam formar governo. Eles são 37% dos potenciais votantes, contra 25% do PSD, 23.5% do PS e por aí abaixo.

No plano da ficção, pus-me a pensar num sistema que contasse com os abstencionistas. Ter durante toda uma legislatura 85 das 226 cadeiras do parlamento vazias. Ter este vazio patente na assembleia nas sessões solenes, sempre que um chefe de estado nos visite, nos grandes debates... Ter esse vazio para lembrar aos políticos que as cadeiras não têm de ser preenchidas, se continuam a ser incapazes de motivar os eleitores talvez na próxima legislatura haja ainda menos lugares. Entre outras vantagens reduzir-se-ia o deficit (o que quer que isso signifique)

Além de outras soluções para combater a abstenção já aqui subscritas, há uma que também poderia ajudar a reduzir o deficit. Votar não é mais um direito, é apenas um dever. Quem não cumprir paga uma multa. Se não me engano é o que se passa na Bélgica. A 50 euros a multa já dava mais de 164 milhões de euros – não estaria mal para um domingo de trabalho.

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