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quarta-feira, janeiro 25, 2006
O Complexidade e Contradição ripostou e aqui se comenta a riposta

Complexidade e Contradição | Entendam como entenderem:

«Acho que me expremi mal. Se eu aceito que a esquerda reconheça na direita um «ódio» qualquer ao 25 de Abril, [...]»

Não creio que te tenhas exprimido mal mas a tua frase seguinte é clara na vacuidade de sentido. Ao aceitares que a esquerda reconheça na direita um ódio ao 25 de Abril (sem vontade ou coragem para realmente o admitir) aparentas concordar comigo para me levar a concordar contigo...

Complexidade e Contradição | Entendam como entenderem:

«[...]terás de concordar que a reacção imediata da esquerda ao lembrar o Estado Novo sempre que se fala do 25 de Abril, não é mais correcta.»

... e, no entanto, discordo. Eu distingo duas coisas que tu talvez não concordes em separar (mas remeto-te uma vez mais para o exemplo do 5 de Outubro e da I República). A revolução e o regime que daí emergiu (ou tentou emergir) são duas coisas diferentes. Uma significa o fim do Estado Novo, a outra o início de um regime que evoluiu, entre várias atribulações e relativamente depressa, para um regime democrático. Daí não ser estranho que ao falar do 25 de Abril se fale do Estado Novo.

Complexidade e Contradição | Entendam como entenderem:

«Eu odeio o Estado Novo, mas isso não me impede de considerar que com "processo revolucionário" nasceram muitos dos actuais vícios da nossa sociedade.»

Basta ler autores de todas as épocas para perceber que a distribuição de favores não começou com o regime democrático, nem com o processo revolucionário, nem muito menos com a revolução de 25 de Abril.

Antero de Quental | Causas Da Decadência Dos Povos Peninsulares Nos Últimos Três Séculos.:

«Todas essas misérias íntimas reflectem-se fielmente na literatura. O que eram no século XVII a moral pública, as intrigas políticas, o nepotismo cortesão, o roubo audaz ou sub-reptício da riqueza pública, vê-se (e com todo o relevo duma pena sarcástica e inexorável) na Arte de Furtar do Padre António Vieira.»

Afonso Costa:

«...o que tem sido a administração da monarquia portuguesa e dos seus governos desde que é rei o actual chefe do Estado; saibamos em que condições de «descalabro», de «favoritismo» e de «legalidade» se tem feito essa administração»

O mesmo acontece com a incompetência quer nas instituições públicas quer nas privadas. O mesmo acontece com o atraso.

Quanto à subsidio-dependência que tanto te preocupa, aponta-me um país que não a tenha, e naqueles que a têm a revolução responsável por tal "crime". É que em relação aos subsídios passa-se o que atribuis ao resto:

Complexidade e Contradição | Entendam como entenderem:

«Enfim, o resto são diferentes opiniões políticas.»

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