sábado, março 14, 2009
sexta-feira, outubro 03, 2008
Colbert Report:
domingo, setembro 21, 2008
Primeira página do Financial Times de 21 de Setembro de 2008 :
Stock markets around the world roared their approval yesterday, staging huge rallies as the US authorities moved towards agreement on a programme of government intervention that would put hundreds of billions of dollars of taxpayers’ money at risk in an effort to quell the credit crisis.
domingo, março 30, 2008
Arrastão | Dar o corpo ao manifesto:
Não usar uma mini-saia no trabalho pode significar menos dinheiro no fim do mês. Esta é pelo menos a ideia da clínica espanhola San Rafael, em Cádis, que retirou a dez recepcionistas e enfermeiras o seu prémio de produtividade, por não usarem a saia curta que faz parte do uniforme obrigatório. As mulheres recusaram o traje estipulado, que além de deixar as pernas descobertas obriga ao uso de um avental justo e pouco prático. Assim, no fim do mês receberam menos 30 euros, o preço por andarem com os tradicionais fatos de saúde.citação original: Sem comentários
Seja por pura tentativa de provocação, seja por pura idiotice, choca-me o teor de alguns comentários ao artigo ligado pelo arrastão – além de estar indignado com esta notícia. A provocação nivela a discussão por baixo, a idiotice é resultado de anos de nivelamento por baixo da discussão.
A utilização de uniformes em empresas tem as suas razões, maioritariamente de ordem prática (seja pela necessidade ou desejo de reconhecimento, seja pela adequação à actividade), mas deve sempre respeitar o indivíduo nos seus direitos essenciais de não ser descriminado com base em raça, género, religião, etc. Ou seja, um uniforme deve ser flexível – e isto não é um paradoxo.
Além disso um uniforme tem que ser esteticamente agradável e, apesar de esta característica ter um factor subjectivo, não deve ser dependente de quem o usa. Ou seja, o uniforme deve ser esteticamente agradável tanto vestido por um homem com barriga, como vestido por um homem sem ela. Mais uma vez o uniforme terá de ser flexível.
Estes são parâmetros que entram no desenho (projecto) de qualquer uniforme. E um uniforme, ou uma estratégia de marca, que não é adaptável funcionalmente, esteticamente ou culturalmente falha redondamente.
É uma banalidade mas aqui fica: uma empresa (privada) de serviços não tem como objectivo o lucro, tem como objectivo prestar serviços aos seus clientes. Privada ou não, para manter o serviço aos seus clientes, e valorizar a energia despendida, tem que ser economicamente viável – o que é bastante diferente de ter como objectivo o lucro.
Na sua essência uma empresa de serviços é diferente de uma empresa de produtos. Sendo central a prestação do serviço, o serviço é avaliado com adjectivos como eficaz, eficiente, correcto, simpático, informado, e não com atraente, excitante, musculoso, colorido.
A avaliação da prestação dos funcionários de uma empresa é uma coisa bastante séria e não pode ser banalizada. O mérito é central nessa avaliação, e é o que interessa à empresa. As características de cada indivíduo influenciam enormemente a avaliação. Tipicamente, um indivíduo mais articulado – ou mais atraente ou simpático – terá uma melhor avaliação que um mais engasgado, mesmo que isso não influencie a sua prestação. O bom gestor descortinará por detrás destas características o mérito da prestação individual. Uma má avaliação (ou série) é razão para penalizações e, no limite, despedimento. Por isso é importante que os critérios sejam claros e justos.
É uma estratégia conhecida a utilização de avaliações negativas (baseadas em critérios injustos ou aplicados parcialmente) para despedimento sumário de funcionários indesejáveis.
Para terminar, o uniforme tem uma outra missão também importante, que não a adequação às tarefas ou o reconhecimento da empresa – a uniformização. Tal como um uniforme flexível não é um paradoxo, a uniformização através do uniforme não é uma redundância. O uniforme é utilizado para dissimular algumas características individuais irrelevantes ao serviço prestado – tais como a classe económica ou social de um indivíduo; ou até gostos particulares ou atributos físicos.
Neste caso, não imagino como a saia curta poderá ter uma utilidade prática na actividade exercida; ou como possa ser essencial no reconhecimento do pessoal da organização ou na imagem que se quer transmitir acerca do serviço; e, obviamente, contradiz a missão de dissimulação de factores irrelevantes.
Etiquetas: Comentadas e recomendadas, Democracia, Liberdades e Direitos
terça-feira, fevereiro 26, 2008
MVOA | Opinião - José Bruschy: É no mínimo engraçado, ou melhor, revelador que, para a comunicação social e pelos vistos para o seu público, o importante, seja só e principalmente a questão da troca de favores
Confesso que, quando recebi a newsletter da lista C com as primeiras linhas desta opinião, não resisti a ir procurar esta citação que de uma maneira ou de outra teria que lá estar. E, não desiludindo, a forma da afirmação ultrapassa as expectativas.
É no mínimo risível, ou melhor, ridículo que um arquitecto considere que o importante na estória das assinaturas de Sócrates não seja principalmente a troca de favores. Esse é, de facto, o único aspecto importante da estória e o facto de o engenheiro continuar como primeiro-ministro é revelador do estado dos políticos em Portugal. Enquanto engenheiro, quanto sei, o primeiro-ministro actuou dentro da legalidade. Foi enquanto cidadão que cometeu as alegadas ilegalidades.
É no mínimo lamentoso, ou melhor, lamentável que o arquitecto utilize esta triste estória para desenrolar a velha ladainha dos arquitectos contra o resto do mundo da construção. A saber: «A qualidade da arquitectura destes projectos é sempre medíocre, ou muito má», sugerindo garantia de qualidade do serviço de um arquitecto e, soberba, excluindo a possibilidade de um dos projectos dos ‘outros’ ser bom ou mesmo sofrível; os projectos são feitos «à “pressa” com o objectivo de obter aprovações rápidas e remunerações atempadas e compensadoras», ao contrário do que se passa nos escritórios de muitos arquitectos (?); «muitas vezes, são projectos da autoria de engºs. ou engº técnicos», coisa absolutamente legal diga-se de passagem; «De facto arquitectura sem arquitectos é de terceiro mundo», países como a Holanda ou a Dinamarca, cujo atraso cultural e económico é legendário; «tão importante como a má qualidade dos projectos […], é a distorção no mercado da encomenda de projectos», enquanto os arquitectos não fazem concorrência desleal uns aos outros, as universidades ocupam-se somente de investigação e a ordem não serve de bandeja milhares de projectistas a custo zero; «De facto, hoje em dia, para a maioria dos projectos correntes, que entram nas Câmaras, e que são cerca de 90% de todos os projectos», de facto – e uso aqui o ‘de facto’ apropriadamente – depois de muito procurar, até hoje, ainda não descobri um estudo (nem fiável, nem sequer questionável) que indicasse essa percentagem mítica dos 90% repetida ad eternum para demonstrar a injustiça em que os arquitectos vivemos e para prometer o maná infindável que nos espera quando por fim o 7373, número bestial, for derrotado. Devo confessar, no entanto, que o negativo destas afirmações dava um excelente programa eleitoral, infelizmente ausente de todas as candidaturas.
É no mínimo infeliz, e até triste, que o arquitecto se esqueça das inúmeras estórias semelhantes à das assinaturas de Sócrates em que os protagonistas são arquitectos camarários e os seus amigos.
Nota:
Este texto não é contra a candidatura de Manuel Vicente, nem contra o citado arquitecto. A opinião deste arquitecto é como muitas que ouvi de colegas e amigos em conversas por aí. Reflecte o estado dos arquitectos.
Etiquetas: Arquitectos, Comentadas e recomendadas, Eleições
quinta-feira, janeiro 03, 2008
No post anterior fiz uma correcção. Inicialmente, escrevi «Mas algum jornalista se lembrou de ir ver como são computadas as mortes na estrada nos outros países? Ou de verificar se havia alguma razão para que esse cálculo seja feito assim?». Ao reler o artigo esta frase saltou-me imediatamente aos olhos e senti logo vontade de comentar… quando me apercebi que o artigo era meu. Por isso alterei o original e explico aqui porquê.
O que me chocou nestas perguntas foi a desresponsabilização do indivíduo. Pergunta-se se algum jornalista foi verificar um facto, quando obviamente essa é responsabilidade do jornalista que dá a notícia original (e de cada um que a repete).
Chocou-me o facto de até meu discurso estar contaminado da máxima «o mercado corrige-se a si mesmo» que rege a cartilha daqueles que defendem a menor intervenção do estado em tudo. Ou seja, a minha indignação parecia ser que nenhum jornalista tivesse verificado os factos dessa notícia. No entanto, todo o sentido do artigo é que se o jornalista tivesse verificado os factos a notícia talvez não tivesse existido.
Naturalmente, não me refiro somente à jornalista do tal directo televisivo. A notícia já andava por aí há uns dias, mas é tão responsável o jornalista que dá a notícia sem verificar os factos, como os jornalistas que a repetem sem tão pouco os verificarem.
O que me chocou nestas perguntas foi a desresponsabilização do indivíduo. Pergunta-se se algum jornalista foi verificar um facto, quando obviamente essa é responsabilidade do jornalista que dá a notícia original (e de cada um que a repete).
Chocou-me o facto de até meu discurso estar contaminado da máxima «o mercado corrige-se a si mesmo» que rege a cartilha daqueles que defendem a menor intervenção do estado em tudo. Ou seja, a minha indignação parecia ser que nenhum jornalista tivesse verificado os factos dessa notícia. No entanto, todo o sentido do artigo é que se o jornalista tivesse verificado os factos a notícia talvez não tivesse existido.
Naturalmente, não me refiro somente à jornalista do tal directo televisivo. A notícia já andava por aí há uns dias, mas é tão responsável o jornalista que dá a notícia sem verificar os factos, como os jornalistas que a repetem sem tão pouco os verificarem.
quinta-feira, janeiro 03, 2008
citação livre de um directo televisivo:
jornalista, interrompendo a explicação sobre os números de mortos na estrada, pegando habilmente numa palavra utilizada pelo entrevistado:
“Por falar em números, ali na conferência de imprensa houve muitos números que parece não dão certo, tem algum comentário?”
Pouco depois, após a explicação que – arrisco – a jornalista não percebeu, conclui assim:
“… dos 665 dias do ano passado, só em 56 não houve vítimas mortais.”
A sede de polémicas dos jornalistas portugueses surpreende-me sempre, cada vez mais. Não há notícia sem polémica, e sem polémica não há notícia. E a culpa parece ser sempre do governo. É como se a única maneira de provar a sua independência em relação ao governo fosse antagonizá-lo a cada passo.
Desta vez é a maneira como se contam os mortos. Alguém descobriu que os indicadores contabilizam só as perdas de vida até à entrada nos hospitais. De repente, é como se o governo estivesse a manipular os números para baixar os índices de sinistralidade. É certo que a credibilidade dos políticos anda tão em baixo – muito por este tipo de “notícias” – que até é fácil imaginar que os esforços da G.N.R. e das ambulâncias do I.N.E.M. em prestar rapidamente os socorros e transportar os feridos graves velozmente para os hospitais deve-se à interferência do governo com o intuito único de baixar esses índices.
Mas será que o jornalista se lembrou de ir ver como são computadas as mortes na estrada nos outros países? Ou de verificar se havia alguma razão para que esse cálculo seja feito assim?
De acordo com o entrevistado do directo televisivo acima citado, o número de mortos na estrada é calculado assim há 70 anos e é apenas um de vários indicadores da sinistralidade – sendo outro o número de mortos após 30 dias (cito de memória). Ora, o facto de ser calculado há 70 anos da mesma maneira é essencial.
Mais do que sugerir a manipulação dos números “para ficar melhor” nas estatísticas, a implicação mais grave desta “notícia” acerca da forma de calcular seria a de lançar a dúvida acerca do progresso (ou retrocesso) dos valores em relação aos anos anteriores. No entanto, a comparação dos indicadores parece manter-se fiável… e infelizmente 2007 foi pior que 2006.
Se os números são calculados da mesma maneira há 70 anos, porque é que foi notícia este ano? Porque é que se arrisca a desacreditar toda uma série de indicadores? Porque é se perde tempo precioso a discutir este assunto? Porque é que nos distraímos daquilo que é realmente importante – que seria diminuir a sinistralidade na estrada – inventando uma notícia supérflua?
É que mesmo que fosse verdade que os números tivessem sido calculados de maneira diferente, haveria tempo para lançar este escândalo daqui a uma semana ou duas. Transformando-o num verdadeiro escândalo - fundamentado, independente, identificando os responsáveis. Mas mantendo a atenção nesta altura para a essencial realidade que são os altos níveis de sinistralidade em Portugal.
E para que é que eu me dei ao trabalho de escrever este texto? Este texto serve para ilustrar o declínio de uma classe – a dos jornalistas. A credibilidade jornalística em Portugal está em queda livre e esta quebra de confiança é, em minha opinião, mais grave que a desconfiança a respeito dos políticos.
O jornalismo deve ser o mais independente possível, não deve ter uma agenda política, mesmo se os meios de informação (jornais, televisões) a possam ter. Acima de tudo deve ser competente e ético.
Não é um equilíbrio fácil, a linha entre a informação livre e a opinião livre é ténue, por isso é preciso marcá-la a cada passo.
Etiquetas: Política Nacional
segunda-feira, outubro 15, 2007
Interrompo a série dos erros para fazer uma declaração de (não) voto. A série dos erros era para ser uma espécie de declaração mais acabou por demorar mais tempo do que previsto. Assim...
Não voto lista A por estes objectivos:
Não voto lista B por estes objectivos:
Não votaria na lista C:
Não voto lista A por estes objectivos:
10. Implementar Colégios de Especialidade na OA, desde logo o de Urbanismo.Os outros objectivos não estão definidos e são só palavras - "Política Nacional de Arquitectura", "Políticas de Encomenda Pública e Privada", "Rever o Sistema de Admissão" ... quais? ... como?
...
11. Acompanhar a conclusão da substituição do Decreto 73/73, procurando inverter as disposições no articulado que penalizam o âmbito do exercício profissional do arquitecto.
...
19. Ampliar o Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal, iniciando o levantamento dos bens imóveis construídos fora do território nacional.
...
24. Reforçar a participação portuguesa nas Bienais de Veneza e São Paulo, bem como na Bienal Ibero-Americana de Arquitectura e Urbanismo.
Não voto lista B por estes objectivos:
do alargamento dos sectores de actividade e dos campos de actividade dos Arquitectos, quer na sua extensão temática e técnica – colégios de especialidade – (urbanismo, estruturas, ambiente e paisagismo, interior design, etc.), quer na sua extensão territorial (espaço europeu, espaço lusófono, aldeia global).
...
Primado do Termo de Responsabilidade, com verificação do cumprimento dos preceitos legais, no licenciamento de projecto; (se o arquitecto declara pela sua honra e obrigação deontológica que o projecto cumpre os preceitos, porque é que este tem de ser avaliado, muitas vezes até por profissionais que não são arquitectos?).
Não votaria na lista C:
Criação de colégios por ramos de actividade, p.e. urbanismo, administração pública e/ou privada, docência e investigação.
...
Propomos futuramente o debate sobre a realização de um exame nacional que possa substitur o estágio, delineado entre os Ministérios
...
Promoção da arquitectura portuguesa através de inicativas culturais de divulgação junto da sociedade civil, nacional e internacional, com recurso a exposições, colóquios, publicações, filmes, e/ou outras formas.
Etiquetas: Arquitectos, Eleições
segunda-feira, outubro 08, 2007
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(3)
O erro educativo da classe não é necessariamente o número de vagas, ou cursos, ou licenciados (ver série Educação). O erro educativo é cada arquitecto formado nas nossas universidades, é formado exactamente da mesma maneira que todos os restantes. Todos temos uma formação idêntica, somos todos iguais.A via para se tornar arquitecto é só uma – a universitária. Ao contrário de outros países, não há arquitectos com formação mais técnica, ou mais conceptual, a acrescentar à universalista. Não há formação politécnica pela via tecnológica nem pela via artística.
Claramente este problema tem origem mais abrangente no sistema de ensino em Portugal. No entanto, se formos inteiramente sinceros muitos de nós teriamos dificuldade em imaginar outros sistemas de ensino da arquitectura... e em aceitar os formados como pares.
mais da série "Erros de Classe"
The Educational Mistake
The educational mistake is not necessarily the number of places, or schools or graduates. The mistake is that each graduated architect in our universities is taught exactly the same way as all the others. We all have an identical education, we are all the same.The path to become architect is only one – the university. Unlike other countries, there are no graduates with more technical skills or with more conceptual skills to their formation. There is no polytechnic education with technological or with artistic root.
Clearly this question is part of a more general problem of the Portuguese education system. However, if we are honest, many of us would have problems imagining other systems of architectural education… and accepting the graduates as peers.
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Etiquetas: Arquitectos, Erros de Classe (série)
domingo, outubro 07, 2007
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(2)
O erro original é obviamente o tornar-se arquitecto.Não afirmo isto de forma arrogante nem derrotista. Tão pouco o afirmo como fruto de qualquer desilusão com a profissão – gosto bastante do meu trabalho e admito que quando me meti nisto não sabia ao que vinha.
Simplesmente é estatisticamente improvável que tanta gente esteja certa ao optar por esta profissão.
mais da série "Erros de Classe"
The Original Mistake
The original mistake is to become an architect.This statement results neither from arrogance nor from fatalism. Nor it results from deep disappointment – indeed I thoroughly enjoy being an architect and had had no idea what it was all about when I started.
Simply, it is statistically improbable that so many people are right when choosing the profession.
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Etiquetas: Arquitectos, Erros de Classe (série)
sábado, outubro 06, 2007
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(1)
Na área da construção os erros são comuns. Considerando a quantidade de pessoas envolvidas na projectação, no financiamento, nas autorizações e na execução de um edifício - mesmo simples - o que surpreende às vezes é que se consiga construir de todo.O aumento da regulamentação – tantas vezes contradictória - que afecta a construção e as especificações técnicas cada vez mais complexas e empenhativas tornam a nossa actividade específica um campo fértil para o erro.
Além disso, devido ao papel central em que nos posicionamos e as responsabilidades que assumimos - desde delinear um programa para um cliente inseguro do que quer, à coordenação da projectação assegurando que os projectos das especialidades são consistentes com o projecto de arquitectura - a nossa actividade acarreta riscos derivados da actividade de outros.
Apesar das infelizes ocasionais consequências desastrosas para os utentes, os principais prejudicados geralmente somos os próprios arquitectos.
A infelicidade é que para além dos riscos que assumimos dentro da nossa prática profissional individual, temos sido incapazes de evitar erros a respeito da nossa prática profissional colectiva – seja na maneira como a regulamentação da prática profissional, seja na maneira com a sociedade a vê.
mais da série "Erros de Classe"
Class Mistakes
In the construction industry, mistakes are common. Considering the amount of people involved in the design, finance, permits and execution of a building, what is actually surprising is that something gets built at all.With the increase of regulations – often contradictory – concerning the construction industry and the increasingly complex technical specifications, the likelihood for mistakes to happen is very high.
Additionally, due to the central role and the responsibilities that the architects take – from outlining a functional program, when the client is not sure, to ensure the consistency of the advisors’ designs with the architectural design – our activity undertakes risks resulting from third parties activities.
Besides the occasional unfortunate disastrous consequences for the users, architects are often the ones who suffer the most damaging consequences.
Unfortunately, besides the risks that we assume within our individual professional practice, we have been unable to avoid making mistakes regarding our collective professional practice – both on how it is regulated, and how it is perceived by society.
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Etiquetas: Arquitectos, Erros de Classe (série)
quarta-feira, setembro 19, 2007
Do site do Conselho Directivo Nacional sabe-se que há 3 listas candidatas ao CDN.
Do site da Região Sul, sabe-se que há 2 listas nessa região.
E no Norte? O que é que se passa?
Do site da Região Sul, sabe-se que há 2 listas nessa região.
E no Norte? O que é que se passa?
sábado, setembro 15, 2007
Volto aqui ao tema dos posts anteriores.
O qual comentei
E acrescento às razões dadas abaixo que o facto de haver limite de mandatos puderá até desencorajar projectos que visam reformas profundas na ordem que não se puderão desenvolver num par de mandatos.
Os que passaram pelo associativismo estudantil sabem bem a dificuldade (1) de envolver um grupo suficiente de gente empenhada; (2) em concordar, criar e implementar uma agenda consistente e relevante para o curso; e, finalmente, quando se venceram as eleições anuais necessárias, (3) no momento em que tudo parece confluir para uma mudança significativa, começa-se o estágio, vai-se de Erasmus, acaba-se o curso. E, por muito que isso tenha sido previsto, a maior parte das vezes existem rupturas cíclicas no seu desempenho.
No futebol, as selecções subs são por definição inexperientes e os seus sucessos e insucessos variam natural e imprevisivelmente devido a isso mesmo.
Se eu concordo que uma das mais importantes tarefas dos lideres associativos é empreender a constante renovação e garantir a continuidade dos projectos que iniciam mesmo que (e talvez preferivelmente) sem eles próprios, também me parece contraproducente impor esta renovação por decreto, particularmente estendendo-a a todos os cargos directivos.
É um pouco como limitar o número de vezes que um jogador pode jogar pela selecção principal e, para mais, incluir os suplentes que não jogaram. Puderá haver um jogador estrela que venha a ser convocado para lá do seu prazo de validade, mas para isso é que há um seleccionador.
Voltando à ordem, temos a vantagem de que o seleccionador somos nós.
«Aparte de concordar com a questão de princípio evocada: a não perpetuação nos cargos e órgão directivos. (...)»
O qual comentei
«mas meus amigos, não são eles que se perpetuam no poder, somos nós, os eleitores, que os perpetuamos... e os que perpetuarmos serão assim os perpetuados que merecemos... perpetuamente.»
E acrescento às razões dadas abaixo que o facto de haver limite de mandatos puderá até desencorajar projectos que visam reformas profundas na ordem que não se puderão desenvolver num par de mandatos.
Os que passaram pelo associativismo estudantil sabem bem a dificuldade (1) de envolver um grupo suficiente de gente empenhada; (2) em concordar, criar e implementar uma agenda consistente e relevante para o curso; e, finalmente, quando se venceram as eleições anuais necessárias, (3) no momento em que tudo parece confluir para uma mudança significativa, começa-se o estágio, vai-se de Erasmus, acaba-se o curso. E, por muito que isso tenha sido previsto, a maior parte das vezes existem rupturas cíclicas no seu desempenho.
No futebol, as selecções subs são por definição inexperientes e os seus sucessos e insucessos variam natural e imprevisivelmente devido a isso mesmo.
Se eu concordo que uma das mais importantes tarefas dos lideres associativos é empreender a constante renovação e garantir a continuidade dos projectos que iniciam mesmo que (e talvez preferivelmente) sem eles próprios, também me parece contraproducente impor esta renovação por decreto, particularmente estendendo-a a todos os cargos directivos.
É um pouco como limitar o número de vezes que um jogador pode jogar pela selecção principal e, para mais, incluir os suplentes que não jogaram. Puderá haver um jogador estrela que venha a ser convocado para lá do seu prazo de validade, mas para isso é que há um seleccionador.
Voltando à ordem, temos a vantagem de que o seleccionador somos nós.
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segunda-feira, agosto 27, 2007
No seguimento do post anterior, acrescento mais um resultado potencialmente nocivo da constante tavola rasa. O potencial poder que os quadros (não eleitos) da ordem podem adquirir.
Isto admitindo que a ordem é pessoa de bem e, ao contrário da maioria dos arquitectos portugueses, contrata e integra nos quadros os seus funcionários competentes.
Isto admitindo que a ordem é pessoa de bem e, ao contrário da maioria dos arquitectos portugueses, contrata e integra nos quadros os seus funcionários competentes.
na verdade não é que me preocupe muito com o poder dos quadros, mas não resisti à oportunidade da punch line a respeito dos contratos.
Etiquetas: Arquitectos
domingo, agosto 26, 2007
comentário do Randomblog ao post anterior: «"Não vá o diabo tecê-las e gerarem-se famílias totalitárias que dominem a política da ordem para toda a eternidade."De facto assim seria de esperar... e no entanto...
Começo pela frase com que terminas para reforçar a ideia que existem sempre, num quadro de 16.000 associados, outros capazes de desempenharem igualmente bem ou melhor a sua acção.(...)»
comentário do Randomblog ao post anterior:«(...)O perigo, de qualquer dirigente de qualquer organização, é afastar-se da realidade das pessoas que fazem a identidade que dirige.»De facto assim o é... mas tal não invalida o facto que da mesma maneira que alguém é eleito, outro mais próximo da realidade também o pode ser.
De ser eleito pela terceira vez não segue que se esteja mais longe da realidade, assim como de o ser pela primeira vez não segue que se esteja mais perto dela. Arrisco até dizer que a segunda hipótese é mais provável que a primeira (especialmente se resulta da falta de comparência forçada de alguém com mais experiência)...
Mas mais além do princípio geral (que me preocupa), é a particularidade de todos os cargos em qualquer posição serem excluídos que me deixa perplexo.
É a tavola rasa cada seis anos. É um custo para qualquer organização - custo financeiro, custo de credibilidade, custo de reconhecimento. Já não basta que os interlocutores da ordem (ministros, câmaras) mudem repetidamente, do nosso lado criamos também essa instabilidade.
Não sabemos nós quanto nos custa quando o representante do nosso cliente muda? A reconstrução da relação, o repetir de discussões tidas e havidas...
... repito: um desperdício.
... acrescento: um potencial desperdício
(às vezes a mudança total não é só desejável como necessária...
...mas não por decreto)
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