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domingo, fevereiro 29, 2004
Tentei encontrar um link para as provas de admissão nas diversas páginas da OA. Acho que já as vi uma vez. Desta vez só encontrei um zip aqui, em Admissão – Novidades.
Aí [e aqui] encontrei o que me chocou tanto. Um licenciado em arquitectura para aceder ao exercício pleno da sua profissão não tem só que fazer um estágio que, segundo o manual do estágio, não é de remuneração obrigatória. O licenciado em arquitectura tem também que desembolsar um mínimo de 1550 euros [310 contos].

Entretanto, a secção regional sul, impavidamente publicita que as câmaras municipais de Sines, Viana do Alentejo, Elvas e Lagoa estão disponíveis para acolher estagiários não remunerados.
A vergonha de ser arquitecto aumenta de dia para dia.

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domingo, fevereiro 29, 2004
As provas de admissão à Ordem dos Arquitectos [OA] são um ardil para iludir o governo, a Europa e os arquitectos menos atentos.
Há cerca dois anos o problema básico da OA era como fazer passar a ideia de estar a regular o acesso à profissão eficazmente, aplicar e obedecer à directiva comunitária e ao mesmo tempo lidar com as centenas de novos licenciados por ano. Seria possível recusar a entrada na ordem de licenciados em arquitectura que pagaram 5 anos de ensino maioritariamente privado?
Não é um problema com solução fácil nem novo. Quando os primeiros licenciados da Lusíada foram bater à porta da OA viram a sua entrada recusada. Acusações de corporativismo esconderam a incompetência de alguém [OA ou Lusíada] que deixou passar 5 anos sem fazer aprovar o curso.

Os arquitectos, através da sua ordem, receberam do estado o direito e o dever de regular o exercício da arquitectura. É um importante dever porque se relaciona com o bem-estar e a segurança dos cidadãos e deve ser levado muito a sério. Por outro lado, o Ministério de Educação aprovou dezenas de licenciaturas em arquitectura perante a passividade da OA.
De 21 cursos reconhecidos, só 8 estão acreditados [os mesmos 8 que há dez anos já estavam acreditados] e por isso os seus licenciados estão isentos de provas de admissão. O critério para esta diferença não é de todo claro.
Dos 13 não acreditados, 3 são cursos da FAUTL com os nomes de Arquitectura de Interiores, Arquitectura do Planeamento Urbano e Territorial e Arquitectura de Gestão Urbanística. Os restantes são cursos de arquitectura em entidades públicas e privadas, como por exemplo, Instituto Superior de Matemática e Gestão – por sinal reconhecido duas vezes.

Os cursos serão melhores ou piores. No entanto, parece improvável que uma simples prova possa garantir a aptidão para o exercício da profissão de um licenciado em arquitectura de interiores.
Também me parece inverosímil que um licenciado pela Universidade do Minho seja substancialmente menos capaz que um licenciado pela Universidade do Porto.
Por outro lado, se se aceita que esta prova pode demonstrar a aptidão para o exercício da profissão, talvez se devesse aceitar que licenciados em engenharia civil a pudessem fazer.

Para a OA, a prova de admissão à ordem é uma saída fácil para evitar imiscuir-se nos feudos académicos. É uma saída fácil para evitar regular a multiplicação das licenciaturas em arquitectura ou monitorizar a sua evolução.

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domingo, fevereiro 29, 2004
Levado pelo hábito escrevi www.aap.pt, e fui parar ao site da secção regional sul [SRS]. Achei estranho. Para quem não se lembra a Associação dos Arquitectos Portugueses [AAP] transformou-se há poucos anos na Ordem do Arquitectos. O normal seria o velho link levar ao site da Ordem.
Sem desesperar, pensei que com certeza a SRS teria um link para o site da Ordem e para o site do SRN. Após alguma procura, desisti o SRS não acha importante ter um link para nenhum desses sites.
Escrevi então, www.oa.pt, www.oap.pt, www.ordemarquitectos.pt, e, finalmente, www.ordemdosarquitectos.pt. Eu sei que é óbvio mas foi uma daquelas situações em que alguém vai a sair e tenta primeiro a porta da esquerda para fora, depois para dentro, depois a da direita para dentro, até descobrir que esta abre para fora.
Aí sim, encontrei o link para o site do SRN. No site do SRN encontram-se, em todas as páginas links para a OA e para o SRS.

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sábado, fevereiro 28, 2004
Encontrei uma gralha no meu post Homossexualidade nos EUA que muda o sentido do texto. Já o corrigi. Onde dizia uma adolescente maior queria dizer um adulto.

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sexta-feira, fevereiro 27, 2004
Enquanto o Pentágono publica um relatório alertando para o aquecimento global, enquanto vêm à luz os lucros que a família Bush está afazer com a guerra no Iraque, enquanto o presidente continua sem explicar como passou o seu serviço militar, Bush levanta essa cortina de fumo que é a proposta integrar na constituição a impossibilidade de casamentos homossexuais.

As “emendas” constitucionais americanas são, de facto, a carta dos direitos constitucionais dos cidadãos. O direito a exprimir livremente a opinião, a ter um julgamento justo, e até a possuir armas são alguns dos direitos. Os direitos são por definição afirmativos, nunca negativos. A proposta é por isso pura demagogia.

O respeito que a administração Bush demonstra por essa carta dos direitos é também espelho das suas convicções. Através do USA PATRIOT ACT [literalmente, acreditem ou não, Uniting and Strengthening America by Providing Appropriate Tools Required to Intercept and Obstruct Terrorism] a administração admite suspender esses direitos de maneira mais ou menos livre.

Todos os direitos? Não. Fiel aos lobbies das armas o Procurador-geral bloqueou, nos dias seguintes ao 11 de Setembro, a pesquisa que o FBI estava a fazer sobre a compra de armas de uma lista de cerca de 200 suspeitos. É que essa pesquisa ia contra o [segundo] direito constitucional dos cidadãos de possuir armas sem o governo disso ter conhecimento.

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sexta-feira, fevereiro 27, 2004
É esquisito dizer que o casamento [civil e não religioso] entre pessoas do mesmo sexo atenta contra o casamento enquanto instituição. Não percebo como é que se pode atentar contra uma coisa da qual se quer fazer parte.
Parece-me que a intenção não será dinamitar maquiavelicamente a nossa sociedade, mas ao contrário, apoiar essa ideia de convivência e compromisso de um para o outro. A desmontagem da propaganda contra o casamento esta feita nesta lista de 10 Mitos acerca do casamento. É um site gay, mas não se preocupem que não contagia.
Eu sou muito mais perigoso para o casamento enquanto instituição porque penso que o estado não tem nada a ver com a minha vida privada, do que todos os gays que querem desesperadamente casar.
A “sagrada” instituição do casamento sobreviveu à instituição do divórcio, às uniões de facto, à legalização do casamento inter-racial e à emancipação da mulher. Há-de sobreviver a mais este ataque das forças progressistas.

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terça-feira, fevereiro 24, 2004
Un mensaje amigo me llamó la atención para la polémica alrededor de la potencial integración de Portugal en el Reino Español. España, de hecho, tiene muchas cosas para admirar, una regionalización eficaz, políticas del aborto más abiertas. O sea, políticas que parecen ir contra las ideas de algunos que defienden el concepto de la Iberia Unida.

Queda por saber, se a los españoles les gustaría integrar Portugal como una nueva región. Principalmente, después de las recientes noticias acerca de que George Bush es descendiente de D. Urraca.

Hay esperanza, sin embargo. El otro día, vi una entrevista con José-Maria Aznar, presidente del gobierno español que decidió, a los cincuenta, no presentarse a las próximas elecciones. Le preguntaban que haría después delos comicios. Él se mostró abierto a sugestiones y destacó su gusto por grandes desafíos.

Oigo ya un director de un famoso periódico portugués anhelando de febril exaltación, con la idea de Cavaco como presidente de la república y Aznar como primero ministro. El director, con su gran poder argumentativo, podrá empezar una hola de hondo de apoyo al presidente español, defendiendo que se debe sacar lo mayor provecho de la libre circulación de los ciudadanos en el espacio europeo. Y lo debemos hacer rápidamente, pues en breve los nuevos miembros de la UE nos harán competencia.

Y se alguien dudara del interese de ese enorme hombre de estado en la posición gubernamental, les dejo el comentario que alegadamente hizo a su esposa en el regreso de su visita a Portugal, cuando ella le preguntó que le pareció Portugal. “Un país espantoso, cariño, un país espantoso!”

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segunda-feira, fevereiro 23, 2004
Entretanto, o governo britânico prepara-se para introduzir o ateísmo e o agnosticismo no programa curricular da disciplina correspondente à Religião e Moral [ainda se chama assim?]. É uma decisão de louvar. Assume a importância histórica, cultural e social das religiões. Mas balança-a com uma visão também com importância histórica, cultural e social que modelou em conjunto com a religião a civilização em que vivemos.

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segunda-feira, fevereiro 23, 2004
Na semana passada vi na BBC uma discussão sobre a proibição dos símbolos religiosos nas escolas francesas. Um participante defendia a sua implementação no Reino Unido. Acerca do argumento do estado secular contra o estado religioso já escrevi.

Outro argumento era que as meninas eram obrigadas a usar o lenço contra a sua vontade.
Parece-me também um argumento falso. Faz parte de ser criança não querer tomar banho nem acabar o jantar. Faz parte de ser mãe e pai forçar estas coisas nas crianças. Em termos da religião é também um direito dos pais comummente aceite forçar os filhos a ir à catequese e até baptizá-los.

[Pessoalmente fui baptizado contra a minha vontade e sob protesto chorão. Desde então nunca mais tive relações com religião, aparte da participação como espectador em cerimónias religiosas de celebração do amor entre duas pessoas. Acho mal que o meu nome ainda esteja na lista de sócios da igreja católica, e ando há vários anos para apresentar a minha demissão ao papa.]

Voltando à escola, o banir os símbolos não ajuda ninguém, nem mesmo as tais meninas que se pretende ajudar. Se os pais dessas meninas são mesmo fundamentalistas, mais depressa as tiram da escola do que as deixam andar sem lenço.

Andamos a pregar a tolerância pelo mundo fora, criticando regimes tanto democráticos como não. A tolerância religiosa não corresponde necessariamente à inevitabilidade de um estado secular, e definitivamente não a um estado secular fundamentalista.

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domingo, fevereiro 22, 2004
Tenho para mim que Portugal e Itália são os países onde os arquitectos são pior tratados. Não só institucionalmente, com a diminuta quantidade de concursos, não pagamentos, etc., mas também “fraternalmente”, pela maneira com os arquitectos se tratam uns aos outros.
No entanto é precisamente nestes países em que os arquitectos colocam orgulhosamente o título à frente do nome. Dá-nos uma dignidade e prestígio que engana o resto da sociedade, como uma espécie de aristocracia decadente que teima em utilizar o D. entre o Sr. e o nome.
A sociedade dá-nos a satisfação de ser uma das profissões preferidas das juventudes. “Uma profissão criativa e técnica, visionária e pragmática, e além disso leva o título à frente do nome – para não haver enganos”. Que mais se poderia querer?
É como se não restasse outro paliativo para as penas da profissão.
Noutros países os arquitectos são só senhores.

É um pouco como o café, mas ao contrário. Só nos sítios onde o café é mau, é que se tem de se pedir um expresso.
Em Portugal e em Itália pede-se só café.

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domingo, fevereiro 22, 2004
A propósito do casamento entre pessoas do mesmo sexo dois artigos interessantes.

Um analisa diferentes tipos de família e os seus correspondentes políticos. As diferenças entre defender os casamentos heterossexuais, os casamentos homossexuais e as uniões de facto.

O outro chama a atenção para a discriminação legal entre heterossexuais e homossexuais ilustrada por um caso no Kansas. Um acto sexual, iniciado de comum acordo e finalmente não consumado de comum acordo, entre um adolescente menor [15] e um adolescente maior [18], terminou com a condenação do maior a 17 anos de prisão e registo na lista de criminosos sexuais. De acordo com a lei em vigor, um acto sexual consumado entre um adulto e uma adolescente menor resultaria num máximo de 15 meses de prisão.

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sábado, fevereiro 21, 2004
Aparentemente os britânicos e os estado-unidenses espiaram os membros do concelho de segurança na ONU. Esta operação fez fracassar os esforços de alguns países para gerar uma proposta consensual que evitasse a guerra. Esta situação foi conhecida através de uma tradutora que não quis participar nesta quebra das convenções de Viena e que agora enfrenta uma acusação de traição.

Ao mesmo tempo noutra guerra, um grupo de elementos da unidade de elite do exército israelita assinou uma carta em que se recusa a participar em acções na Palestina.

O Inglês tem uma expressão whistleblower, que designa quem dá o alarme para uma situação ilegal ou irregular. Lembrei-me de um programa que vi acerca do whistleblower das armas nucleares israelitas [Mordechai Vanunu]. Israel nunca admitiu oficialmente a posse de armas nucleares, apesar de ter detido Vanunu por 18 anos . Ninguém fala de inspecções em Israel, mas continua-se a insistir com o Irão.

Nesta pesquisa encontrei uma breve história do conflito árabe-israelita.

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sábado, fevereiro 21, 2004
Não sei porquê mas aos domingos compro o the Observer. É um bom jornal, versão dominical do the Guardian. O “não sei porquê” refere-se ao “compro” e não ao “the Observer” acabo sempre por ir à versão on-line para ler mais coisas.
A versão on-line é excelente. Não só tem links no final de cada artigo para artigos relacionados, mas mantém relatórios permanentes acerca de muitos temas de interesse. Vale a pena visitar.

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terça-feira, fevereiro 17, 2004
No dia do relatório Hutton, algumas vozes alertaram que o próximo director iria ser nomeado pelo próprio Blair e daí partiram para o ataque à televisão estatal.
Se este caso prova alguma coisa, prova a possibilidade de ter uma televisão estatal independente do governo. O director em exercício também tinha sido nomeado por Blair. No entanto, é verdade que todo este escândalo poderá influenciar o novo director a ter uma posição editorial mais moderada em relação ao governo – o que terá sido uma das razões originais deste arrufo.

Os defensores da privatização das televisões têm como argumento central essa dependência implícita do governo. No entanto, é conhecido que as corporações privadas de comunicação nos Estados Unidos tendem a ser mais influenciáveis pelos governos [independentemente do partido] que as televisões estatais europeias.
O governo americano, através da sua actuação política, impõe às corporações uma auto-censura editorial. Um caso recente foi a recusa de um spot publicitário crítico das políticas de Bush no intervalo da transmissão exclusiva da final do campeonato de futebol americano. Um spot de Bush não foi recusado. A administração Bush tinha aprovado recentemente a possibilidade desta cadeia expandir o seu império.

Aparentemente, os “conselhos editoriais” dos serviços de secretos decidiram ignorar os agentes e analistas que discordavam da tese da existência das ADM.
Tradicionalmente os relatórios sobre segurança devem ser imparciais, ser secundados por provas e apresentar todos os factos. A acreditar cegamente nos políticos – como nos ensina Hutton – só podemos concluir que os serviços secretos fizeram esta auto-censura internamente. As vozes críticas na comunidade das agências de informação acusam as lideranças de quererem satisfazer o poder político pelo qual foram nomeados.
Mas se aceitássemos o argumento acima descrito em relação às televisões estatais, seria altura agora para exigir a imediata privatização dos serviços secretos.

Entretanto, a extensiva troca de mensagens com correcções do governo britânico e aceites pelos serviços de informação passou incólume a apreciação de Hutton.
É caso para perguntar: o que teria acontecido se aquela troca de correspondência tivesse sido entre o governo e a BBC?

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segunda-feira, fevereiro 16, 2004
Uma das mais sublinhadas críticas do relatório Hutton à BBC é que noticiou com base numa só fonte sem confirmação de outras. O ataque a políticos nestes termos é fortemente criticado.
A minha dúvida é a seguinte: se as notícias sobre as armas de destruição maciça só tinham uma fonte – o governo – deveria a BBC ter-se recusado a noticiá-las?

Entretanto o governo britânico sabe da inexistência das armas pelo menos desde de Maio pelo que todo este caso se passou, com a consciência de que as informações sobre as armas eram de facto falsas. David Kelly morreu em Julho.
Devemo-nos perguntar porque tudo isto se passou e lembrar que durante a guerra a BBC sofreu duras críticas da parte do governo pela forma [imparcial] como a noticiou.
Talvez o objectivo disto tudo tenha sido o despedimento de um director da BBC [demasiado] independente.

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domingo, fevereiro 15, 2004
Sendo um céptico empedernido, quando ouvi as primeiras notícias sobre o relatório Hutton, pensei imediatamente... apanharam-me! Segui todo o caso através da BBC e pensei que talvez a minha opinião tivesse sido manipulada por essa obscura instituição.
As notícias, ainda através da própria BBC, eram que as críticas do relatório eram totalmente apontadas à estação e nada ao Governo britânico. Ainda céptico, pensei que a concisão das Breaking News, e uma certa cautela, tivesse levado a BBC a este exagerado preto e branco.
Depois quando se tornou evidente que o resultado era assim contrastante. Calculei que o juiz se tivesse concentrado exclusivamente nos eventos que levaram à morte do Dr Kelly. Pensei que a oposição à guerra tivesse sido demasiado optimista quando pensou que o juiz fosse avaliar os factos de uma forma mais abrangente.
Finalmente, apercebi-me, já através dos jornais, que o relatório não só exonerava o governo de responsabilidade no tornar público o nome do cientista, mas também de ter melhorado o relatório de segurança. Ou seja não se limitava aos factos à volta do Dr Kelly. Acusava até a BBC de, e aconselhava-a a não, atacar sistematicamente a classe política.
Lembrei-me então da célebre, mas esquecida, apesar de infame, utilização num desses relatórios de segurança, de um trabalho académico com dez anos encontrado na Internet. Lembrei-me também da intensa troca de correspondência entre o governo e os serviços secretos. E decidi, como a maior parte dos ingleses, que a BBC ultrapassa a milhas o governo em credibilidade e que o relatório é demasiado unilateral.
Chamem-lhe mau perder mas para mim é injustiça, e às vezes até um bom árbitro se engana.

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quarta-feira, fevereiro 11, 2004
Um interessante artigo comenta, na eminente morte de Ronald Reagan, os movimentos republicanos para o apresentarem como um dos grandes presidentes americanos e os paralelismos feitos entre as suas políticas e as do actual presidente.

Um aspecto interessante entre muitos é a comparação das políticas económicas de Reagan, Clinton e Bush II. O primeiro baixou os impostos no primeiro ano, e com o deficit em espiral, aumentou-os nos seguintes sem conseguir controlar o deficit. Clinton aumentou os impostos dos ricos, diminui-os nos pobres e atingiu o surplus – que os republicanos criticaram impiedosamente como roubo aos contribuintes – e uma economia sólida. Bush II afundou a economia e descontrolou o deficit outra vez com três reduções sucessivas nos impostos num total de $1.9 biliões [12 zeros] de dólares, com 54% dos benefícios a irem parar aos bolsos dos 1% mais ricos da população.

Talvez a enormidade destes números seja difícil de entender. Isto resulta em cerca de 353 mil dólares a cada um dos tais 1%, enquanto cada um dos restantes 99% foram beneficiados em média com 3000 dólares.

Ainda assim é difícil compreender. 99% dos americanos passaram a poupar 8 dólares por dia. Os restantes 1%, que já têm os rendimentos mais altos, poupam agora 967 dólares por dia.


Entretanto, pelo menos um deles decidiu por a sua redução nos impostos a bom uso.

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segunda-feira, fevereiro 09, 2004
Primeiro Saddam tinha armas de destruição maciça.
Depois tinha programas para desenvolver armas de destruição maciça.
Agora de acordo com o director da CIA, citado na CNN, Saddam teria estado a preparar-se para restabelecer os programas para desenvolver armas de destruição maciça.

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domingo, fevereiro 08, 2004
Há quase dez a Ordem dos Arquitectos [OA] assistiu à multiplicação dos cursos de arquitectura em Portugal em instituições públicas e privadas. Assistiu inclusive, à aprovação pelo Ministério da Educação, de cursos com metade das horas de projecto requeridas pela directiva comunitária. Incapaz de pressionar o governo, a OA decidiu pressionar os arquitectos recém-licenciados.

Há quase dez anos a OA começou a discutir os estágios profissionais. A questão do acesso ao título profissional colocava-se agora no âmbito da livre circulação de pessoas e bens no espaço europeu. Os colegas europeus da OA questionavam a forma como a OA avaliava e acreditava os cursos de arquitectura em Portugal. A OA teve assim que encontrar uma forma de passar uma imagem de rigor. Incapaz de convencer os colegas europeus, a OA decidiu pressionar os arquitectos recém-licenciados.

Há quase dez anos os estágios profissionais foram duramente questionados pela total inadequação aos objectivos postos. Os estágios não garantem por si só a preparação do arquitecto de acordo com a directiva comunitária. A directiva foca essencialmente no ensino da arquitectura. Uma monitorização dos cursos de arquitectura para acreditação seria sem dúvida mais adequada. Incapaz de pressionar as escolas, a OA decidiu pressionar os arquitectos recém-licenciados.

Há quase dez anos a OA começou a ser alertada para os efeitos potencialmente perniciosos dos estágios profissionais. A longa experiência dos estágios curriculares da Faculdade do Porto [FAUP] – então o único curso com estágio – demonstrava que até com poucos estagiários por ano, era frequente estes não serem remunerados. Teríamos assim no mercado de trabalho centenas de arquitectos recém-licenciados, juntamente com outros tantos finalistas, em busca obrigatória de um emprego para acederem, se fosse aprovado, ao direito de exercer a profissão para a qual estudaram seis anos. Obviamente, tal só faria sentido se houvesse a remuneração obrigatória. Incapaz de pressionar os arquitectos, a OA decidiu pressionar os arquitectos recém-licenciados.

Há quase dez anos a OA não percebe que o mundo dos arquitectos está a mudar. O aumento do número de arquitectos no país não vai gerar uma especialização da actividade do arquitecto como parecem sugerir certos documentos da OA. O aumento do número de arquitectos vai fazer sobressair o grupo de arquitectos por contra de outrem em alternativa ao tradicional arquitecto profissional liberal. A OA tem que perceber que, mais tarde ou mais cedo, também vai ter de começar a regular as relações laborais entre arquitectos.

continua

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domingo, fevereiro 08, 2004
Como a minha vida não é isto, criei um aviso não automatizado, que enviarei periodicamente com os novos posts aqui do aqui.
Se quiseres juntar-te a essa lista basta clicar no avisa-me nos links à direita de quem escreve, à esquerda de quem escreveu.

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